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Avatar de Maria José Martins

Cheguei aqui muito atrasada, mas quero ler a Covardia de ficção.

Meu pai também nunca deixou faltar nada, exceto ele mesmo.

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Avatar de Fabio N.Biazetti

Ferdinando. Bom dia.

Uma frase me marcou nesse teu texto: "Ele nunca deixou faltar nada".

Essa frase era dita aos borbotões por todas as irmãs da minha mãe e até por ela própria quando definiam seus maridos. O que me faz pensar o seguinte:

Estamos como filhos e homens presos numa estrutura hereditária que se impõe pela palavra como forma de doutrinação ou em alguns casos pela violência. E uma violência que perdura por anos. Eu flagrei meu pai dentro do escritório que trabalhava com uma colega de trabalho. Quando eu confrontei-o, na frente de minha mãe (como todas as vezes que fiz) eu tomava obrigatoriamente um tapa na cara ou apanhava de cinta.

Em todas as vezes depois de algumas semanas, minha mãe (com toda a delicadeza e amor desse mundo) me dizia que não devera ficar triste por apanhar pois meu pai nunca deixou faltar nada em casa.

Somos criados como pessoas através dessa estrutura. Nossa cognição é construída dentro de uma distopia que e vendida como verdade. Agradeço teu compartilhar, pois penso que se conversa muito pouco sobre a semiótica da estrutura que nos constrói como indivíduos dentro do grupo. Muito se fala em desconstrução em mesas redondas com homens de mocassim sem meia, mas ninguém dialoga com a ruptura, muito menos com discussão da construção de gerações e gerações.

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