Ilhado em Bali, cercado por imagens hinduístas e abayas muçulmanas, escrevo esta carta. Uma tentativa de evitar que o espírito natalino se afogue nas chuvas torrenciais das monções de dezembro.
Obrigado pela leitura, Casimanias! As filhoses são deliciosas na hora em que acabaram de sair da panela. No dia seguinte, fica meio blé, como dizem meus filhos. 😉
Olha, minha avó materna fazia essa receita, com outro nome, enquanto foi viva e teve forças físicas. Minha tataravó repassou a receita que aprendeu dentro do navio que a trouxe ao Brasil. Maria, minha avó, nunca me disse quem ensinou sua mãe, mas imagino que foi algum imigrante português que estava com os espanhóis naquela viagem.
Olha que coisa, Fábio. Obrigado por compartilhar. Um exemplo de como a cultura era transmitida e transformada sem algoritmos, na rede social raiz. 😂 E como a sua avó chamava essa receita?
minha avó chamava essa massa de pestinõs, mas ela dizia que a bisavó sempre a corrigiu por conta dessa denominação ser uma massa que ao invés de açúcar e canela, de molha com mel.
Portugal e Espanha são tão interligados ali na fronteira que deve ser a mesma coisa, com nomes diferentes. As filhoses são típicas da Beira Baixa, bem na fronteira com a Espanha. Minha avó era da Serra da Estrela, na divisa entre as Beiras Baixa e Alta.
Obrigado, Renata. Ouvi hoje no carro com meus filhos e acho que vou ter de investir num microfone melhor se quiser seguir esse caminho. Fiquei com a impressão de que fora dos fones de ouvido, a qualidade do áudio deixou a desejar. E talvez precise encontrar melhor o tom, um pouco mais de informalidade na leitura. Mas achei boa a experiência de ler a carta em voz alta antes de publicar. Ajudou a melhorar o texto.
E respondendo à sua dúvida, gravei todos os três podcasts que fiz até agora em quartos de hotéis, com o fone de ouvido do iPhone, aquele velhinho ainda, com fio. 🤦🏻♂️
Lembrei do filme que vc fez da nossa avó preparando as filhoses na nossa casa de praia…
Coincidência ou não, hoje cedo comprei os ingredientes pra fazer as filhoses junto com a nossa mãe e as minhas filhas (ainda não tinha lido a sua carta). Será na minha casa de praia, logo depois do Natal, é verdade, mas o que importa mesmo é poder sentir, além do aroma das filhoses, essa criança que me habita e que ama reunir a família, nem que seja pra reclamar dessa coisa gorda e cheia de açúcar.😅
Não tinha a avó no filme. Fiz em 2007, pouco antes de ir para Angola. A avó já tinha morrido. Tinha a Bia ajudando a gente a abrir, até a Fer passar chamando pra brincar, lembra?
Sim, as bordadas têm razão de ser. Quando juntos, voltamos às crianças que nos habitam e que morrerão conosco! Que bom que lhe damos bordoadas, é sinal de que sentimos a sua falta, de que queremos você junto, porque na pós-modernidade a concepção de família tornou-se algo de "não-junto", de desprendimento, de amigos que se agregaram a nós e fazem o que podem pra preencher o "vazio".
Ler essa carta foi voltar ao tempo, assistir a um filme antigo, trazer a avó e tias de volta... Que lindo!
Feliz e Santo Natal Cristão, meu mano! Te amo e sinto demais a distância.
Chegando por aqui agora... gostei da receita. Fiquei com vontade de comer, e olha que não tenho boas lembranças da época de Natal.
Obrigado pela leitura, Casimanias! As filhoses são deliciosas na hora em que acabaram de sair da panela. No dia seguinte, fica meio blé, como dizem meus filhos. 😉
Claro que eu conheço filhoses.
Oba! Cê tem família portuguesa, Enor?
Tem português, italiano, espanhol... aquele mix paulistano básico
Ferdinando, boa tarde.
Olha, minha avó materna fazia essa receita, com outro nome, enquanto foi viva e teve forças físicas. Minha tataravó repassou a receita que aprendeu dentro do navio que a trouxe ao Brasil. Maria, minha avó, nunca me disse quem ensinou sua mãe, mas imagino que foi algum imigrante português que estava com os espanhóis naquela viagem.
Olha que coisa, Fábio. Obrigado por compartilhar. Um exemplo de como a cultura era transmitida e transformada sem algoritmos, na rede social raiz. 😂 E como a sua avó chamava essa receita?
minha avó chamava essa massa de pestinõs, mas ela dizia que a bisavó sempre a corrigiu por conta dessa denominação ser uma massa que ao invés de açúcar e canela, de molha com mel.
Portugal e Espanha são tão interligados ali na fronteira que deve ser a mesma coisa, com nomes diferentes. As filhoses são típicas da Beira Baixa, bem na fronteira com a Espanha. Minha avó era da Serra da Estrela, na divisa entre as Beiras Baixa e Alta.
Muito bom o formato de podcast!
Obrigado, Renata. Ouvi hoje no carro com meus filhos e acho que vou ter de investir num microfone melhor se quiser seguir esse caminho. Fiquei com a impressão de que fora dos fones de ouvido, a qualidade do áudio deixou a desejar. E talvez precise encontrar melhor o tom, um pouco mais de informalidade na leitura. Mas achei boa a experiência de ler a carta em voz alta antes de publicar. Ajudou a melhorar o texto.
Engraçado, eu achei a qualidade do som ótima! Ia até perguntar se você usou algum estúdio, de tão profissional que ficou. :)
Talvez com o carro em movimento o ruído externo interfira. Estávamos numa estrada. Você ouviu sem fones de ouvido?
Ouvi pelo celular sem fone. Perfeito o áudio. Tenta ouvir de novo.
E respondendo à sua dúvida, gravei todos os três podcasts que fiz até agora em quartos de hotéis, com o fone de ouvido do iPhone, aquele velhinho ainda, com fio. 🤦🏻♂️
Lembrei do filme que vc fez da nossa avó preparando as filhoses na nossa casa de praia…
Coincidência ou não, hoje cedo comprei os ingredientes pra fazer as filhoses junto com a nossa mãe e as minhas filhas (ainda não tinha lido a sua carta). Será na minha casa de praia, logo depois do Natal, é verdade, mas o que importa mesmo é poder sentir, além do aroma das filhoses, essa criança que me habita e que ama reunir a família, nem que seja pra reclamar dessa coisa gorda e cheia de açúcar.😅
Saudades de vcs! Feliz Natal!🎄
Não tinha a avó no filme. Fiz em 2007, pouco antes de ir para Angola. A avó já tinha morrido. Tinha a Bia ajudando a gente a abrir, até a Fer passar chamando pra brincar, lembra?
Caramba! Eu achava que era um filme da nossa avó! Mas vc falando agora, me lembrei 🥰
Fui o procurar o filme no YouTube, mas não está lá. Deve ter ficado em algum HD ou CD guardado no Brasil.
Sim, as bordadas têm razão de ser. Quando juntos, voltamos às crianças que nos habitam e que morrerão conosco! Que bom que lhe damos bordoadas, é sinal de que sentimos a sua falta, de que queremos você junto, porque na pós-modernidade a concepção de família tornou-se algo de "não-junto", de desprendimento, de amigos que se agregaram a nós e fazem o que podem pra preencher o "vazio".
Ler essa carta foi voltar ao tempo, assistir a um filme antigo, trazer a avó e tias de volta... Que lindo!
Feliz e Santo Natal Cristão, meu mano! Te amo e sinto demais a distância.
Nao sinta. Estamos longe, mas estamos juntos. 😘🎅
Já mandei a receita pra dona da pensão :D
É bom, viu, Francisco? Acho que antigamente o pessoal não ligava pra esses troços de colesterol nem nada.
O natal, de algum modo, habita em nós
Ouviu a narração? Fiz graças ao seu incentivo. 😉